A carta da elite econômica e Bolsonaro
Mais uma vez, aquele que ocupa a cadeira da presidência vem ameaçar a possibilidade futura de uma democracia, uma vez que não podemos chamar o momento atual de democrático. Como tantas outras, são ameaças vazias, expressão de uma vontade que a cada dia perde mais apoio. Queda da popularidade, críticas diárias na grande mídia, desprezo do STF, aliados, como o Centrão, nada confiáveis, nenhum aliado internacional, os problemas vão se acumulando no (des)governo Bolsonaro. O mais recente, da enxurrada de problemas, foi a carta de banqueiros e economistas, representando o poder econômico do país, colocando Bolsonaro contra a parede e demonstrando a insatisfação da elite econômica com o manejamento da pandemia e da economia. É um aviso para que o presidente, eleito com apoio dessa própria elite, tenha um mínimo de decência no trato da coisa pública, já que sem isso, todos acabam perdendo.
A carta em questão tem um texto crítico e, em determinados pontos, forte. Cobra ação no sentido certo de uma administração que parece querer acumular mortos. Todavia, percebe-se que é, ainda, apenas um aviso, pois a elite econômica tem o poder de acabar com toda sustentação política de Bolsonaro. A fórmula para isso é bem simples: deixar de apoiar financeiramente as campanhas políticas de deputados e senadores, assim como as de seus aliados. Dessa maneira, o Centrão aceitaria até mesmo pautar os pedidos de impeachment, já que, garanto, não conseguiriam o dinheiro para suas campanhas de sua base eleitoral.
Portanto, a elite econômica ainda não deu o golpe final nesse governo, e reluta a dar, mas o aviso já foi dado. Agora, é esperar.
Alexandre Lessa da Silva